A música e a meditação são a alquimia que transforma dor em vida, força e coragem
- Concita Varella
- 26 de ago.
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Existe uma forma de encarar o sofrimento de forma produtiva: unir música clássica e meditação com técnicas de autoconhecimento, espiritualidade e música. Essa é a proposta do workshop A Música da Alma – AMA, uma imersão de dois dias conduzida por Eduardo Ribeiro, professor de música da UFMG e discípulo do psiquiatra chileno Claudio Naranjo, este último escritor reconhecido por sua vasta produção literária e por integrar a psicoterapia Gestalt, linha da qual é precursor, com a espiritualidade.

No AMA, o músico erudito Eduardo Ribeiro traz toda a sua experiência de décadas ao lado de Naranjo. Quando o conheceu, tinha acabado de ter seu primeiro contato com o Eneagrama da Personalidade em um grupo SAT (Seekers After Truth), processo de autoconhecimento e transformação pessoal que combina terapia Gestalt, Eneagrama, meditação e práticas espirituais e presente em diversos países. Claudio Naranjo e resgatou a sabedoria milenar do Eneagrama e a integrou aos trabalhos da Gestalt, difundido pelo SAT. “Me apaixonei e decidi que a partir daquele momento queria ficar próximo dele para sempre”, conta.
Claudio Naranjo lhe deu as chaves de como proporcionar uma ferramenta de autoconhecimento por meio da meditação com o auxílio da música, que está associada ao prazer e ao deleite. A música possibilita entrar de forma agradável em situações que oferecem dificuldades psíquicas próprias da neurose humana. “É possível adentrar esse mundo com menos sofrimento. Beethoven compôs profundamente a partir do seu sofrimento, no qual sua dor física, emocional e existencial foram fonte de inspiração para sua obra. Ele mesmo dizia que a música era uma forma de transcendência”, considera Eduardo.
A proposta do workshop AMA é trazer a música clássica com toda a sua potencialidade histórica de emoções como condutora da meditação. Eduardo explica que meditar é esforço, mas um esforço que dá resultados. Quem medita com constância se percebe mais calmo, atento ao seu comportamento, menos reativo, mais saudável. Quem não tem o hábito de meditar está sujeito “ao coração”, diz Eduardo, à raiva, ao nervosismo, à preocupação excessiva.
“Somos seres robustos, com uma constituição psíquica intrincada. São décadas até chegar à vida adulta, e modificar um comportamento não é fácil, mas não é impossível. O meio para transformar dificuldades internas é se autoconhecer e ter recursos como a meditação, que é uma forma de adquirir energia de equilíbrio mais profunda”.
A Música da Alma
Eduardo atualmente é professor da área de composição. Ensina Harmonia, Contraponto, História da Música e outras disciplinas na UFMG, onde é servidor há 34 anos. Ainda assim, conseguiu dedicar bastante tempo de sua vida para os trabalhos de Claudio Naranjo. É colaborador do livro A Música Interior (2015, 2019, 2ª edição) e editor dos Ditados Musicais de Tótila Albert, mentor espiritual de Claudio Naranjo.
Eduardo recebeu a permissão para usar o nome do livro no qual colaborou, A Música Interior, em seus workshops que ele já facilitava com o nome de Meditação e Música. Posteriormente criou A Música da Alma, agregando, além dos conhecimentos de Claudio Naranjo e Tótila Albert, outros autores importantes e sua própria experiência ao longo de mais de duas décadas facilitando workshops.
A Música da Alma passou a ser uma marca pessoal e agora, com um tom profissional, agrega o trabalho de dois parceiros que coordenam o AMA: André Ferreira e Vinicius Montana. André Ferreira é especialista em psicologia transpessoal e como mestre em Gestão Empresarial, une gestão e autoconhecimento para transformar organizações e pessoas. Vinicius Montana é o profissional que imprime identidade ao AMA. Sua experiência de mais de 20 anos como designer de grandes agências, direção de arte e liderança criativa permitiu a fundação da Creators by Truth. Concita Varella
Jornalista
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